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Transporte de passageiros agoniza na pandemia

transporte passageiros - covid 19

O transporte de passageiros segue sob ameaça de interrupção dos serviços, como já vem ocorrendo em várias cidades brasileiras. Com redução média de 40,8% no número de passageiros e diminuição de apenas 20,8% na oferta dos serviços, para evitar aglomerações . O boletim Impactos da Covid-19 no transporte público por ônibus editado pela NTU, traz uma radiografia do setor que pode ter sua estrutura comprometida, mesmo com o retorno da demanda.

O estudo mostra um quadro estarrecedor e, revela, que 18 empresas operadoras e três consórcios operacionais interromperam a prestação de serviço em diversos municípios, sejam em grandes cidades como o Rio de Janeiro até a pequena Mafra, em Santa Catarina. Isso, desde março de 2020, em função dos prejuízos decorrentes da redução da demanda. Além disso, registra que, no início da pandemia, 78 sistemas de transportes urbano pelo país enfrentaram paralisações. Em um ano, foram 182 greves, manifestações e/ou protestos, de acordo com o estudo.

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O monitoramento realizado pela NTU revela que os impactos negativos da pandemia foram além dos prejuízos financeiros. Destacam-se a interrupção da prestação dos serviços em vários sistemas, demissões de trabalhadores, intensificação da quantidade de paralisações (greves, protestos e/ou manifestações), a insatisfação da população com a redução/interrupção da oferta de transporte público e, também, a incapacidade do pagamento de salários e benefícios por parte das empresas.

Com queda da demanda de passageiros que chegou a 80% no início da pandemia e que está agora em torno de 40% na média nacional, as operadoras contaram apenas com as medidas de suspensão de contratos de trabalho e redução de salários adotadas para todo o setor privado. A flexibilização trabalhista serviu como paliativo, mas não foi suficiente para evitar a perda de 66.057 postos de trabalho no ano no setor de transporte de passageiros, conforme mostra o Painel do Emprego da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

O presidente da NTU, Otávio Cunha, observa que, apesar dos prejuízos, as empresas operadoras estão cumprindo o seu papel de prevenir e evitar a proliferação do coronavírus, com a adoção de protocolos sanitários, oferta de equipamentos de proteção e de produtos de higienização aos colaboradores, além das ações de limpeza e desinfecção permanente da frota, entretanto cita medidas que devem ser adotadas para melhoria do panorama. “O setor precisa de um novo marco legal para organizar e definir responsabilidades e direitos na gestão e operação do transporte público por ônibus coletivo no Brasil, bem como estabelecer um novo modelo de remuneração para as empresas operadoras dos serviços”.

Vale lembrar que o setor amarga um prejuízo de quase 12 bilhões reais em um ano. Decorre da falta de medidas de socorro emergencial específicas por parte do governo federal, que avançaram no Congresso Nacional, mas foram barradas pelo poder executivo.

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