Enquanto o setor de fretamento registra alta nas vendas, o segmento de ônibus rodoviários tem sucessivas quedas, ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus, e ruma na direção contrária. Talvez, o motivo para o sucesso do setor venha da necessidade em ofertar meios de deslocamento para funcionários, que fez com que muitas empresas investissem no fretamento contínuo. Isso, de certa forma, ajuda as encarroçadoras a se manterem ativas, no momento que tanto o transporte urbano quanto rodoviário vivem momentos de muita incerteza.
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Por exemplo, líder no setor de carrocerias de ônibus, com 52,7% de participação de mercado, a Marcopolo, apresenta aumentos nas vendas de ônibus voltados para este segmento. Até o fim de abril, a empresa tem previsão de entrega de mais de 200 unidades, que serão utilizadas ao transporte de trabalhadores em áreas urbanas e nos setores de mineração e agronegócios, em diversos estados. Por sinal, esses setores econômicos, ao contrário de outros, tem vivido momentos prósperos, enquanto alguns, como comércio que vive dias cinzentos.
Leandro Sodré, gerente nacional de Vendas da Marcopolo explica que, o fato de alguns setores da economia terem mantido a atividade plena, mesmo durante a pandemia ajudaram nos resultados da empresa em 2020 e ainda traz reflexos positivos para a encarroçadora neste começo de ano. “A necessidade das empresas se adequarem às determinações de distanciamento impostas pela pandemia gerou a demanda por mais veículos disponíveis. O que representou uma parte importante dos resultados da Marcopolo em 2020, sobretudo nos setores agro e mineração. Com as exigências de distanciamento social, as empresas aumentaram as suas frotas para transportar os funcionários para manter esse distanciamento dentro dos ônibus”.
Micro-ônibus substituem vans na pandemia
Jaime Silva, presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Turismo e Fretamento fala sobre o atual panorama da atividade no país, diante das restrições relacionadas ao turismo e eventos, setores altamente impactados pela pandemia. “Em contrapartida, o fretamento contínuo, como os serviços de transporte de funcionários, saiu fortalecido. Em 2021, já houve recuperação nesses primeiros dois meses e a expectativa para o ano é de retomada”, avalia.
O distanciamento social também gerou aumento de vendas na Volare. A produção diária da marca de micro-ônibus cresceu 66% entre o primeiro e o terceiro trimestre de 2020. Em grande parte, o crescimento foi impulsionado pelo aquecimento do mercado agro nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Em 2021, a perspectiva é de crescimento com a reabertura do turismo, além de escolas e universidades. Recentemente, a empresa fez a entrega de 30 unidades para uma indústria de mineração no Amapá.
Em 2020, 2.251 micro-ônibus foram produzidos para o mercado interno contra 2.305 em 2019. Entretanto, houve recuperação nos volumes vendidos no decorrer do período devido à busca pela substituição das vans, que não atendem às novas regras do transporte de passageiros.
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