Em meio a crise do transporte público, os ônibus escolares, foram responsáveis por manter as montadoras em plena operação. Pelo menos é o que pode ser observado após a divulgação dos números de veículos licenciados em 2021 pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. No ano que se encerrou, o mercado nacional fechou com 14.100 unidades licenciadas, e as entregas voltadas para o programa Caminho da Escola foram responsáveis por 26% desse volume.
Para ter ideia do quanto isso é significativo, e levando em consideração o momento de dificuldade que atravessa o transporte de passageiros como um todo, os ônibus para aplicações rodoviárias representam 14% do total licenciado. O setor de fretamento que foi muito badalado ao longo de 2021 respondeu por 8% dos emplacamentos. Os articulados, que foram vedetes na metade da década passada, em função dos corredores do tipo BRT registram apenas 1% das vendas. Os segmentos de micro e urbanos registraram 52% da demanda.
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Enquanto os resultados de 2021 são contabilizados, a Anfavea projeta um crescimento nas vendas de ônibus superior a 10% com o mercado finalizando 2022 com pouco mais de 17 mil unidades. Para isso, as empresas vão precisar trabalhar para superar o total registrado no mês de dezembro que foi de 1200 unidades e superar os desafios que se apresentam neste começo de ano, como a falta de componentes, a adequação a norma do proconve P8, e por fim algo que dificulta muito o operador a renovar a frota que são os sucessivos aumentos do diesel.
Entretanto, quando se fala em ônibus escolares, a Mercedes-Benz começa o ano a todo vapor. Isso porque a montadora venceu a licitação para o fornecimento de 2.600 ônibus ao programa do FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação). As unidades são do chassi LO 916, com carrocerias Caio e Mascarello e atende às especificações dos modelos ORE 1, ORE 2 e também do ONUREA PA. As prefeituras e os estados têm até o dia 14 de setembro para solicitar seus ônibus deste lote.
A aposta nos escolares, ainda neste começo de ano pode representar algo bem significativo para as empresas no consolidado ao final de 2022. Apesar das projeções de crescimento nas vendas, quando o assunto é transporte de passageiros é preciso levar em consideração os efeitos da pandemia, que impedem uma renovação de frota como necessário. Com o avanço da variante Ômicron, muitas pessoas estão afastadas dos seus postos de trabalho e, com isso a demanda por deslocamento cai, consequentemente, a receita das empresas permanecem em queda impedindo novos investimentos.
Se o empresário não demanda a indústria, as montadoras precisam trabalhar alternativas para compensar a retração no mercado nacional. O segmento de ônibus escolares se apresenta de forma importante neste momento, além das importações que podem representar boas vendas para as empresas. Agora é aguardar a diminuição de casos da Covid-19 no país, de modo a vislumbrar um futuro melhor para o transporte de passageiros no país.
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