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E o Transporte público segue em profunda crise

Crise Transportes

A crise enfrentada pelos sistemas de transporte público por ônibus no Brasil resultou num prejuízo de mais de 14 bilhões de reais ao setor até o momento. O monitoramento, realizado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), traz dados sobre o impacto da pandemia desde o seu início. Durante esses 14 meses, 25 operadoras já interromperam a prestação dos serviços assim como um consórcio operacional. Em função dessa crise, mais de75 mil postos de trabalho foram perdido. Observa-se também a insatisfação da população com a redução ou interrupção da oferta de transporte público.

Crise - otávio Cunha

Otávio Cunha – Esferas de Governo precisam adotar medidas emergenciais para que o transporte não entre em colapso

O presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha, fala sobre o cenário da crise  que ficou ainda mais nebuloso com o veto do presidente Jair Bolsonaro, no final de 2020, ao auxílio emergencial que já havia sido aprovado no congresso. “Esses dados confirmam o cenário de colapso que a NTU vem alertando há alguns meses ao poder público, em vão. Há uma necessidade emergencial, de ajuda financeira imediata, e uma necessidade de longo prazo, de reestruturação total da forma de contratação e operação dos serviços, como já foi proposto ao Governo Federal”.

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O estudo detalha os impactos da pandemia no transporte e destaca que, nesse período, 88 sistemas de transporte público por ônibus em todo o país foram atingidos por movimentos grevistas, que interromperam a oferta de serviços nas cidades. Na maioria dos casos, os protestos foram motivados pela falta de pagamento de salários e benefícios para os colaboradores, devido ao desequilíbrio econômico-financeiro causado pela forte queda na demanda de passageiros, logo que, no modelo de remuneração adotado no país, a tarifa é a responsável pelo custeio do serviço.

Quanto à suspensão das viagens, a pandemia deixou um grave saldo negativo. No período avaliado, 13 operadoras e 1 consórcio suspenderam as atividades; duas operadoras, 1 consórcio operacional e 1 sistema BRT sofreram intervenção na operação; cinco operadoras encerraram as atividades; e quatro tiveram seus contratos suspensos.

Diante deste cenário, Otávio faz um alerta em tom de extrema preocupação. “lamentavelmente, esse cenário tende a piorar, enquanto o Poder Público nas três esferas de governo – federal, estadual e municipal – não atentar para as necessidades do sistema. Essas mudanças são consenso entre as entidades do setor, especialistas e organizações da sociedade civil ligadas ao transporte público”,

Caso nenhuma providência seja adotada pelos governos, o transporte público, não reunirá em condições de se sustentar por muito tempo, principalmente se for mantido o atual modelo de remuneração do serviço, se a injeção de recursos extra tarifários.

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