Quando os americanos Willian Hanna e Joseph Barbera se inspiraram e conceberam o seriado “Os Jetsons”, no início da década de 60, não imaginavam que, anos mais tarde, uma realidade semelhante à retratada nos desenhos estaria tão próxima de ser vivenciada. Analisando a mobilidade, os personagens se deslocavam em aero móveis para as mais diversas necessidades.
Por mais que possa se contestar, em futuro próximo, será possível popularizar as viagens em ambiente urbano pelo ar? – Algumas empresas já trabalham na concretização do que até então era visto apenas nos desenhos. A Uber trabalha na criação de aeroportos urbanos e empresas como Boeing e Embraer já desenvolvem protótipos dos veículos para explorar a denominada mobilidade urbana área (UAM), que segundo elas vai absorver uma demanda exigente por deslocamentos mais ágeis. A Uber, por exemplo, já escolheu o Brasil como um dos mercados para início dos testes do seu “Uber Elevate”, serviço de mobilidade aérea para os próximos cinco anos.
Enquanto o espaço aéreo ainda é dominado pelos aviões, helicópteros, drones e aves, o cenário da mobilidade vem passando por transformações graças a inovação, empreendedorismo e tecnologia, que associadas, estão possibilitando a criação de novos serviços e modos de deslocamento. A expansão e consolidação da bicicleta como modal de transporte merece destaque.
Parte dessas inovações pode ser conferida no final de agosto, em São Paulo, durante o Mobility Day, promovido pela Starte-se, uma empresa que se denomina como a ligação entre as pessoas com a nova economia, formada por “startups”. Durante o evento, especialistas das mais diversas áreas de conhecimento fizeram apresentações sobre como ações inovadoras devem transformar a mobilidade urbana do futuro.
A eletromobilidade, o advento do carro autônomo, a enxurrada de aplicativos de transporte, o futuro das concessionárias, das locadoras de veículos, assim como dos estacionamentos, chamou a atenção principalmente de quem ainda depende de carro particular para entrar nos principais conglomerados urbanos. Mas, o que está por trás de tudo isso que já vemos e ainda veremos nos próximos anos? – Muita inteligência, inovação, tecnologia e apesar de toda a crise do País, de onde surgem as oportunidades deixadas por quem deveria promover
deslocamentos mais eficientes no Brasil.
O que chama a atenção ao participar de um evento que trata a mobilidade urbana de maneira mais moderna e menos tradicional e burocrática é o distanciamento entre a visão de quem enxerga as brechas para prover melhores serviços à população e os operadores da mobilidade tradicional. Talvez isso seja proposital. Em pouco tempo outra revolução semelhante à causada pelo advento do transporte individual, da viagem compartilhada e dos novos modos de locomoção deve combalir ainda mais o colapsado e degradado transporte público, principalmente, o operado por ônibus, trens e metrôs.
Veja um exemplo de mobilidade do futuro. Conheça o ônibus autônomo da Volvo que entrou em testes recentemente na Suécia.