O levantamento mensal da Anfavea traz uma notícia importante de um dos setores importantes da economia. Novembro manteve o viés de alta iniciado no segundo semestre, apresentando os melhores números da indústria automotiva este ano. Exportações e produção chegaram a superar os patamares de novembro de 2019, mas o mercado interno registra queda de 7,1% em relação ao ano passado.
A produção segue impactada pelos protocolos sanitários nas fábricas e, também, pela falta de insumos. Este mês foram produzidos 238.200 autoveículos, crescimento de quase 1% sobre outubro, porém, o índice não acompanhou o aumento da demanda. O volume é 4,7% superior ao mesmo período de 2019 mas, na ocasião existia estoque de 330 mil veículos. Hoje são cerca de 120 mil veículos estocados nas fábricas e na rede, volume suficiente para sustentar apenas 16 dias de vendas. No acumulado do ano, a produção de 1.804.759 unidades é 35% inferior ao mesmo período do ano passado.
O mercado interno fechou com 225.010 unidades licenciadas, alta de 4,6% sobre o mês anterior, porém com queda de 7,1% sobre novembro passado. No ano, foram 1.814.470 autoveículos emplacados, volume 28,1% inferior ao dos 11 primeiros meses de 2019. Isoladamente, o setor de caminhões mantém resultados melhores que os de automóveis e ônibus. Máquinas agrícolas e rodoviárias tiveram discreto aumento na produção e nas exportações em novembro, na comparação com outubro, apesar de um ligeiro recuo nas vendas.
Covid ainda causa restrições
O Presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes ressalta o bom momento, mas mantém cautela quanto a alguns fatores que podem frear a recuperação da indústria. “Os bons números de novembro dão alguma esperança para um 2021 melhor, desde que a pandemia seja controlada, e o ambiente de negócios no país seja estimulado por medidas de controle da dívida pública e reformas estruturantes que nos permitam ser competitivos” ressaltou.
O segmento de veículos pesados mantém a “dicotomia” registrada em 2020. Enquanto o mercado de caminhões apresenta recuperação, as vendas de ônibus estão cada vez mais restritas e o programa caminho da Escola ainda é o responsável por boa parte das vendas. Esse fenômeno causa apreensão e dá sinais de incertezas para o próximo ano como diz o vice presidente da Anfavea, Marco Saltini. “O mercado de ônibus é muito difícil prever algo justamente em função dos aumentos de casos da Covid. Ainda não temos uma vacina e isso restringe a mobilidade das pessoas. Esperamos a conscientização da população para os riscos de contaminação e, por isso, imaginamos que o setor continue fragilizado no começo de 2021” – aponta.
Entre os desafios a serem superados, Moraes aponta a para uma segunda onda do novo coronavírus e a falta de insumos como prováveis vilões, além de questões importantes de ordem econômica. “Temos de superar alguns desafios imediatos em nosso setor e no país, como o aumento dos casos de covid-19, o risco de paralisação por falta de autopeças e a pressão de custos ligados ao câmbio e insumos. Tudo isso prejudica a retomada mais rápida da indústria”, finalizou.
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