A Anfavea divulgou os números da indústria no mês de setembro, o melhor do ano em produção e vendas. Apesar de mostrar o melhor trimestre do setor , o segmento faz a revisão de projeções, demonstra certo alívio com a leve recuperação do setor, mas prega cautela com relação ao futuro. Após os sucessivas quedas, a indústria foi impactada de forma severa em função da pandemia do novo coronavírus, neste momento, faltando três meses para o encerramento do ano, a Anfavea refaz suas projeções e, indica um cenário menos nebuloso do que o imaginado na metade do ano, no auge da quarentena e da imprevisibilidade, quando se previam quedas de 40% ou mais.
A expectativa da Anfavea para o mercado interno de veículos novos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) é de 1,925 milhão de unidades licenciadas no ano. Esse volume, representa queda de 31% e resultado desde 2005. Nas exportações, estima-se o envio total de 284 mil unidades, 34% a menos que no ano anterior sendo o menor volume desde 1999. No setor de máquinas agrícolas e rodoviárias, as projeções são mais animadoras, com crescimento de 5% nas vendas, porém com queda de 4% na produção e 31% nas exportações.
Índices menores do que no mesmo período de 2019
O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, apesar do bom resultado do trimestre, ressalta o momento de dificuldade vivido pela indústria. “Não deixa de ser um alívio diante do quadro que vislumbrávamos no começo da pandemia, mesmo assim, teremos uma queda dramática de todos os resultados da indústria em 2020”.
Os resultados de setembro consolidaram a recuperação do terceiro trimestre da cadeia automotiva. A produção de 220.162 autoveículos foi 4,4% superior em relação a agosto, mas 11% menor que setembro de 2019. No acumulado do ano, a queda ultrapassa 40%. O mercado interno fechou o mês com 207.710 unidades licenciadas, alta de 13,3% sobre o mês anterior, com retração de 11,6% sobre o mesmo mês do ano passado (queda acumulada de 32,3% no ano).
Transporte coletivo preocupa
Para o último trimestre do ano, a Anfavea espera números similares aos de setembro. “Se por um lado há sinais positivos, como a redução dos casos de covid-19, o interesse pelo transporte individual e o tradicional aquecimento do mercado de fim do ano, há riscos como a queda no nível de renda, a alta do desemprego e o aumento da inflação”, exemplifica Moraes.
Entre os segmentos da indústria mais afetados pela pandemia foi sem dúvida o da produção e comercialização de novos ônibus. A paralisação das atividades nas cidades e a queda na demanda de passageiros transportados postergaram ainda mais a renovação de frota.
Dessa forma, o cenário que se apresenta não é nada animador, como explica o vice presidente da Anfavea, Marco Antônio Saltini. “O transporte público está descapitalizado pela redução no uso e baixa arrecadação, e o que era imaginado para o ano, não aconteceu. O governo suspendeu o pagamento do Finame e, entendemos que isso deveria ser prorrogado para não elevar o nível de inadimplência. O setor precisa de ajuda já que as pessoas precisam se deslocar e o transporte público e importante neste sentido e movimenta a indústria de maneira bastante participativa”.
Economia ativa venda de caminhões
Se o transporte público passa por inúmeras dificuldades e incertezas, o mercado de caminhões deu uma resposta considerável impulsionado por segmentos da economia como o e-commerce e o agronegócio. As projeções no início da pandemia davam conta de uma queda de 40% nas vendas mais acabou não refletindo ate o momento. Com a revisão dos números, a previsão é que o ano se encerra com pouco mais de 80 unidades vendidas como diz Saltini. “Chegamos a colocar 65 mil unidades para o ano com queda de 40%. Com a revisão da projeção, vimos que os recursos injetados na economia resultaram no aumento do grau de confiança das pessoas, no comercio e na indústria. Imaginamos que o volume de 7 a 8 mil unidades por mês deve ser mantido e projetamos que 83 mil unidades sejam vendidas sendo um número adequado para o momento.
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