Não é novidade que a população do Rio de Janeiro ano após ano vê a sua qualidade de vida piorar em função dos reflexos dos constantes engarrafamentos pelos principais eixos da capital e, também, em alguns municípios da região metropolitana. O modelo de transporte adotado na cidade, baseado no sistema sobre pneus sofre com inúmeros problemas como a falta de priorização e custo alto. Podem ser adicionados ainda questões de segurança pública que agravam ainda mais o contexto.
Essa realidade foi atestada pelo Instituto de Pesquisa norte americano Expert Market que comparou os sistemas de mobilidade de mais de 70 metrópoles. Entre os fatores analisados na pesquisa estão tempo de espera e de deslocamento, além do custo do transporte e a representatividade no orçamento de cada passageiro.
O Rio de Janeiro ficou em último lugar entre as 74 cidades analisadas. Outras importantes capitais brasileiras também aparecem entre os 10 piores transportes. São Paulo, Salvador e Brasília ficaram em terceiro, quinto e sétimo lugares. Nice, na França, foi a cidade mais bem avaliada pelo Instituto.
O tempo de deslocamento médio e espera de aproximadamente duas horas incluindo transbordos e o custo de aproximadamente 10% da renda mensal foram fatores que pesaram na avaliação.
A falta de prioridade ao transporte coletivo, a expansão lenta do sistema sobre trilhos, o crescimento exponencial do transporte individual motorizado associada a ausência de políticas públicas de mobilidade, a centralização de oportunidades em determinadas regiões urbanas, a falha no diálogo entre as diversas esferas da sociedade são ingredientes que impactam diretamente na qualidade de vida das pessoas que, diariamente, convivem com o transporte cada vez mais deficitário, ineficiente, caro e inadequado para realização de deslocamentos que deveriam ser simples, mas tornaram-se penosos nas cidades brasileiras.