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As reflexões que a Busworld Europe proporciona ao Brasil

A Busworld Europe, maior exposição de ônibus do mundo finalizada no último dia 23 em Bruxelas, na Bélgica reafirmou a representatividade do ônibus para a mobilidade urbana. Trata-se do principal modal com quase 50% volume de passageiros transportados nos principais centros urbanos. O evento teve mais de 40 mil visitantes, 511 expositores (dos quais 176 novos) de 37 países.

O competentíssimo e boa praça jornalista, José Carlos Secco, diretor da Secco Comunicação, acompanhou de perto as novidades do evento e traz um panorama de como os países do primeiro mundo têm tratado às questões relacionadas ao transporte de passageiros. As soluções para provimento de uma mobilidade sustentável, economicamente viável, alicerçada por políticas que prezam pela qualidade de vida nas cidades. “O mais importante foi que todos os principais fabricantes mundiais mostraram as tecnologias que irão mover as pessoas de maneira limpa e sustentável nos próximos anos” – afirma.

No campo das políticas públicas, Secco, ressalta que operadores e governos caminham em consonância de modo atender as demandas sociais no que diz respeito à mobilidade o que facilitou na rodada de negociações sobre as soluções a serem adotadas. “Os potenciais clientes ganharam importância e relevância decisória. Não são mais apenas os operadores de transporte, mas sim os governos de cada cidade ou região. Por envolver muito mais do que um produto e estar diretamente ligada à sustentabilidade, à preservação ambiental e à qualidade de vidas nas cidades, os governantes estão “assumindo” o controle e são eles que vão decidir sobre qual solução a ser aplicada em sua cidade”.

ônibus sustentável

Diversos modelos de ônibus sustentáveis estiveram em exposição durante a Busworld

Enquanto a Busworld Europe descortina uma serie de soluções para oferecer um transporte cada vez mais qualificado nas cidades europeias e até mesmo fora do velho continente, por aqui a espera por pequenas soluções padece nas mãos de gestores que demonstram pouco comprometimento com o transporte público, em específico, o modal ônibus, considerado o patinho feio da mobilidade.

Mesmo assim alguns esforços são feitos, a NTU tem levantado algumas bandeiras interessantes como o financiamento para o transporte público, a flexibilização de contratos e a retomada dos investimentos em infraestrutura. Porém, a dependência da famosa “canetada” governamental faz com que a mobilidade nas regiões metropolitanas ainda fique estrangulada e, com o serviço deteriorado, justamente, pela falta de políticas públicas voltadas para o transporte.

A Busworld Europe mostra que, apesar de já avançada, a indústria da mobilidade tem muito caminho pela frente para se chegar a um patamar de excelência. De acordo com Secco, “o novo cenário da indústria mundial do ônibus (a mais representativa na área de transporte urbano de massa) ainda terá muitos capítulos e deverá mudar muito, em velocidade cada vez maior, mas, enquanto isso não se cristaliza, vários fabricantes anunciaram contratos de fornecimento para cidades da França, Bélgica, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, entre outros”.

Pelo lado tupiniquim vale esperar os efeitos das reformas, o possível crescimento da economia com a retomada de investimentos, geração de empregos e, obviamente a sensibilização do poder publico para que, em futuro não muito distante, o Brasil possa diminuir esse “gap” em relação a qualidade da mobilidade urbana oferecida na Europa.

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